Os mais de 1,5 mil trabalhadores técnico-administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) paralisam as atividades nesta terça-feira (3), com o objetivo de pressionar o Governo Federal para que reabra a negociação junto aos servidores.
O ato foi aprovado durante a assembleia-geral da categoria realizada na segunda-feira (2) e faz parte de um movimento do Dia Nacional de Luta, segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação (Sintuf), Leia de Souza Oliveira.
Aproximadamente 300 mil trabalhadores aderiram ao movimento em todo o país.
“A nossa federação (Fasubra) orientou a todos os trabalhadores das universidades federais a participarem do Dia Nacional de Luta. Pontuamos esta posição em assembleia geral e os técnico-administrativos da UFMT aderiram ao movimento, vendo o mesmo como necessário para que a educação tenha o devido reconhecimento por parte do Governo”, disse a sindicalista.
Para iniciar a paralisação, os trabalhadores se concentraram na guarita 2 que dá acesso a entrada da universidade via bairro Boa Esperança e distribuíram panfletos para explicar o ato para toda a comunidade acadêmica e sociedade.
De acordo com Leia, o movimento quer a retomada das negociações com o Governo Federal paralisadas em 2012, ocasião em que os servidores realizam greve e exigiam reajuste salarial.
“É uma paralisação nacional e o eixo dessa ação é cobrar o governo à reabertura das negociações salariais que estão paralisadas desde o ano passado, bem antes das eleições presidenciais. Agora em março, é pago a última parcela do nosso reajuste acordado em 2012 e até o momento o Governo não apresentou nada”, disse.
Leia explica que até o momento o Governo não definiu políticas salariais relativas ao próximo ano e que deveriam ser apresentadas aos servidores. "Queremos a retomada da mesa de negociações. Até agora não temos nada. Nenhuma posicionamento. Nada", disse.
Outro motivo do protesto é quanto à redução do orçamento da universidade que diminuiu em 50% os recursos de custeio e investimento para a instituição. “Isso vai comprometer as políticas que a universidade tem de investimento, manutenção, bolsa de estudantes e projeto de pesquisa”, explicou.
Ainda de acordo com Leia, a categoria quer que coerência por parte do governo. “A presidente Dilma disse que o mote do governo dela seria ‘Brasil, pátria educadora’ então é incoerente você cortar recursos da educação, porque educação não é gasto é investimento. Esse é o momento que nós deveríamos estar ampliando o financiamento da educação”, assegurou.
Com a paralisação, os laboratórios, biblioteca, unidades acadêmicas e setor administrativo permanecem fechados enquanto o hospital veterinário tem o atendimento reduzido em 50%.
Já as unidades que realizam pesquisa e o Hospital Universitário Julio Müller funcionam normalmente.
Greve em 2012
A última paralisação dos técnicos administrativos ocorreu em 2012 quando a categoria permaneceu mobilizada durante 72 dias e exigiam reajuste salarial.
O movimento só chegou ao fim quando o Executivo Federal propôs reajuste de 15,8% a serem pagos em 2013, 2014 e 2015 e progressão nas carreiras.
Além disso, eles tiveram elevação do degrau entre nível um e outro de 3,6% para 36,8% em três anos com aumento dos percentuais de qualificação para incentivo àqueles com graduação e mestrado.
Fonte: Midia News
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