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“Nós constatamos (durante as investigações) que as lojas de armas estavam vendendo munição de forma ilegal e isto é um crime muito mais grave. Munição só pode ser vendida para quem possui uma arma devidamente registrada. O que nós constatamos é que eles estavam comercializando munição para pessoas não autorizadas, dizendo que era para pessoas que possuem armas. Estavam usando nome de uma pessoa que tem arma legalmente, para poder entregar a um terceiro, que por alguma razão não pode adquiri-las”, explicou o delegado.
O delegado acrescenta que este é um crime muito mais grave do que os cometidos pelos acusados na operação ‘Ineptus’: “Geralmente, isto é utilizado para comercializar arma para bandidos, pessoas que se não fosse dessa forma, não teriam acesso às munições. Isto é um crime muito mais grave que pode trazer reflexos negativos para a sociedade. Eles podem estar comercializando munição para bandido”.
Porém, o delegado comenta que, por enquanto, há indícios de que isto acontecia. Os documentos apreendidos nesta sexta-feira, devem auxiliar nas investigações: “Isto nós temos indícios e com a documentação apreendida hoje, visamos confirmar se isto aconteceu ou não. Tudo isto a partir da contabilidade do estoque de munição que a empresa deve manter”, finalizou.
Operação
A Polícia Federal em Mato Grosso deflagrou na sexta-feira (16), a operação ‘Ineptus’, que tem como objetivo desarticular associação criminosa voltada ao comércio ilegal de armas de fogo e munições, utilizando-se de documentação falsa para obter o registro federal de armas. Ao todo, de acordo com assessoria do órgão em Mato Grosso, foram emitidos oito mandados de buscas e apreensões, sete conduções coercitivas e 11 intimações para entrega das armas de fogo adquiridas mediante a apresentação de documentos falsos, nas cidades de Tangará da Serra (MT), Cuiabá (MT), Sapezal (MT) e Nobres (MT), cujos mandados judiciais foram emitidos pela 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso.
O esquema
Conforme o delegado, o cidadão comum chegava na loja de armas e lá já era prestado todo um serviço de ‘assessoria’. Era um pacote completo vendido. Sem a pessoa saber, eram utilizados documentos falsos para enganar a Polícia Federal. Existia a venda da arma, utilização de despachante para trazer os documentos e o instrutor de tiro. “Isso é uma temeridade, o instrutor é familiar do vendedor da arma. Sendo que ele tem de ser uma pessoa isenta que deve ensinar o manuseio da arma e avaliar se a pessoa tem capacidade de ter uma para si. O comerciante não tem interesse que o cliente dele seja reprovado. O mesmo acontecia no teste psicológico”, finalizou.
Fonte: Olhar Direto
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