A área de exploração de minerais fica localizada no distrito de Cripurizinho, em Itaituba (900 km ao Sul de Belém).
Na quinta-feira (12), quatro homens encapuzados surpreenderam o empresário de Cuiabá e o restante da tripulação que se encaminhava para o local, quando a aeronave pousava no garimpo. O grupo foi recebido a tiros pelos bandidos.
O diretor de Polícia do Interior do Pará, delegado Sílvio Cézar Mauês, afirmou ao MidiaNews, nesta segunda-feira (16), por telefone,que a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar os autores da ação criminosa, mas disse que não há dúvidas de que o crime configura assalto e que os bandidos estavam em busca de ouro.
“Não temos suspeitos ainda. Agora, vamos ouvir as vítimas e as pessoas que estavam no garimpo. É um processo mais lento e longo, comum ao inquérito, que serve para buscar a identificação dos autores da ação”, disse.
"O que é normal numa situação dessas é que os criminosos fiquem escondidos durante um tempo, mas as buscas da Polícia continuam"
Duas pessoas que foram baleadas durante a ação criminosa e estão internadas no Hospital Municipal de Santarém (PA) também estão na lista para serem ouvidas pela Polícia.
Trata-se do gerente da mineradora, Claudio Edcley Rocha da Silva – que passou por uma cirurgia e apresenta quadro estável de saúde –, e do copiloto da aeronave, Sancler da Luz, que, até o fim de semana passado, encontrava-se em estado grave, na área de reanimação do hospital e aguardando transferência para outra unidade de saúde.
“A equipe vai verificar a situação daqueles que foram feridos, para ver se eles já podem ser ouvidos, lá mesmo em Jacareacanga, para dar início às investigações”, afirmou o delegado.
Possibilidade de fuga
O plano inicial dos bandidos era de que a aeronave pousasse no km 180 da rodovia que leva à Jacareacanga, onde um rapaz estaria esperando com um veículo para auxiliar na fuga, mas a ação foi frustrada pelo mau tempo e pela falta de combustível da aeronave.
Isso obrigou o comandante a pousar na cabeceira do aeroporto de Jacareacanga, de onde os bandidos fugiram para uma região de mata fechada que circunda o local.
“O que é normal, numa situação dessas, é que os criminosos fiquem escondidos durante um tempo, mas as buscas da Polícia continuam naquela região de mata do aeroporto de Jacareacanga e na área do km 180. Tudo agora vai depender da forma como eles estavam, se tinham alimentos, se não estavam feridos”, disse Mauês.
O delegado observou, porém, que não descarta a possibilidade de os criminosos terem conseguido driblar a Polícia e saído da mata.
"Eles não têm provimentos suficientes para permanecer dentro da mata, sem se alimentar. Acho que, pelo tempo, a possibilidade é de que eles já tenham saído da área de mata e pegar algum ponto de fuga"
Assaltos na região
Segundo Mauês, apesar da região de garimpos ser atrativa para os criminosos, a ação não é comum no interior do Pará.
“Já ocorreram [assaltos], mas não é uma coisa frequente. Toda quadrilha tem a crença de que, por ser uma área de garimpo, o valor a ser arrematado é grande. Então, eles foram lá com a certeza que haveria uma quantidade grande de ouro. Eles avaliam isso justamente por causa da região e da atividade da área”, disse.
Porém, no caso do garimpo da Maney Mineração, a quadrilha não foi bem-sucedida. Os bandidos afirmavam, a todo o momento, segundo o depoimento do comandante Pena Fernandes, que receberam a informação de que havia 25 kg de ouro na região, mas nada encontraram.
“A terra ainda estava em processo de tratamento na esteira e, segundo o comandante [Pena], o volume de ouro levado não chega a 300 gramas. O resto era areia e resíduos. Eles embrulharam o material em uma camisa esse material e levaram”, afirmou Silas Mauês.
Estadia no Pará
O empresário Valdinei Souza permanece no Pará, segundo informou seu advogado, Hélio Nishyama. Ele afirmou ter conversado com seu cliente durante o final de semana e que ele “está bem, na medida do possível”.
A localização exata do empresário, porém, não foi revelada. Ele deve continuar no Estado até o fim das investigações, de acordo com o advogado.
“Nós conversamos no fim de semana e ele vai continuar lá para auxiliar no inquérito, prestar depoimento e acompanhar as investigações”, disse.
Questionado se o seu cliente já havia recebido ameaças ou se tentativas de assalto já haviam sido registradas no garimpo, o advogado disse que o empresário não deverá se pronunciar até o encerramento do inquérito.
Midia News
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